sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O nome Jesus é pagão ou nao?

O Nome Jesus veio do Paganismo?

Como já vimos, para eles, o objetivo de Jerônimo ao introduzir o nome Jesus na Vulgata era o de agradar aos pagãos e atraí-los à "Igreja de Roma". Para tal, foi composto um nome blasfemo para o Redentor a partir de nomes de divindades gregas e romanas: Para isso juntaram o J (de Júpiter) e ESUS (deus das florestas da Gália antiga, o qual fazia parte de uma trindade divina - ESUS-TEUTATES-TARANIS - deuses aos quais se ofereciam sacrifícios humanos). Para a seita este tal Esus era um deus romano, considerado o terrível Esus, por ser o deus dos trovões, do raio e da tempestade.
Os gregos escreveram o nome IESOUS, que também foi formado por duas divindades pagãs: IO (a amada de Zeus) e Zeus.

Além do mais, para estas pessoas, o nome Jesus quando escrito em hebraico daria "Yesus" o qual teria um significado blasfemo assim:
Je = Ye = Deus e a palavra SUS = cavalo. Assim, o significado do nome Jesus em hebraico seria: "Deus é cavalo" ou simplesmente "Deus Cavalo", referência a uma divindade pagã.

Portanto, acreditam que os bispos romanos, ao introduzirem o nome Jesus na Vulgata, não estavam somente tentando agradar e atrair os pagãos, mas também estavam difamando e blasfemando contra o Nome do Redentor e contra Deus. Eles estariam, assim, cumprindo o que está escrito em Apocalipse 13:5-6: "Foi-lhe dada boca que proferia arrogâncias e blasfêmias... e abriu a boca... para lhe difamar o Nome...". Segundo a profecia bíblica, esta "besta" que fala blasfêmias e difama o Nome Sagrado do Redentor seria adorada por "todos os que habitam sobre a terra" (Ap 13:8). E isso tem se cumprido pelo fato de que todos, tanto católico-romanos como evangélicos, espíritas, pentecostais, umbandistas, etc., têm adorado o nome Jesus. Todos têm adorado, assim, os nomes de deuses pagãos e a blasfêmia católico-romana contida no nome Jesus.

Segundo os defensores desta suposta revelação, quando alguém chama o Salvador de "Jesus" está cumprindo a profecia de Isaías 52:5: "... e o meu nome é blasfemado incessantemente todo dia".

Resposta Apologética

É mesmo um absurdo, a argumentação de que o nome de Jesus reflete nomes de deuses pagãos (Júpiter + Esus, para os latinos; Io + Zeus, para os gregos).
Sem menos fundamento ainda são as sugestões de que o nome (Iesous) provém da fusão do nome da deusa Io (a amada de Zeus) com o nome de Zeus, por parte dos gregos, ou que o nome Jesus corresponderia ao hebraico (Ye = Deus + Sus = "cavalo"), e que teria sido criado pelos bispos romanos para blasfemar o nome do Redentor e o nome de Deus.

Já vimos que o nome Iesous foi transliterado pelos judeus e não pelos gregos ou romanos.

A etimologia forçada do nome de Jesus, ligando-O a deuses pagãos, não só representa falta de conhecimento da parte daqueles que a formularam, mas aparenta ser o resultado de um esforço pré-concebido, deliberado, de encontrar nomes da antiga mitologia greco-romana que pudessem ser combinados, de qualquer jeito, para dar a impressão de que o nome Jesus tem uma origem pagã. Os erros e o modo forçado como os argumentos são apresentados chegam a ser aberrantes.

O nome Esus parece ser particularmente atraente pelo fato de ser citado na literatura romana, pelo poeta Lucano, em ligação com dois outros deuses celtas (Teutates e Taranis) dando a impressão de uma trindade pagã.
No entanto, um estudo sobre a religião celta e seu relacionamento com a religião e mitologia romanas mostra a fragilidade dessa argumentação. Primeiro, os três deuses celtas citados acima eram alguns dos mais importantes deuses da religião celta, mas não eram os únicos. O maior e mais importante deus era Lugus e, no panteão celta, aparece referência a cerca de 400 nomes de diferentes deuses. Assim, a noção de uma trindade pagã adorada pelos celtas e aceita posteriormente pelos romanos é uma idéia que não tem fundamento.

Segundo, à medida que os romanos conquistavam novos territórios, eles identificavam seus deuses com os deuses locais, facilitando assim o sincretismo religioso e a aceitação da religião romana pelos povos conquistados. É muito discutível, no entanto, o quanto a crença em Esus, um dos deuses celtas, influenciou a mitologia romana. Em verdade, só se sabe que alguns escritores romanos o identificaram com Mercúrio, mas não se pode afirmar que em Roma Esus passou a ser adorado como um deus.

Terceiro, a identificação de Esus com Mercúrio (que segundo a mitologia greco-romana era o mensageiro dos deuses, o deus do comércio e da eloqüência) não dá apoio algum à argumentação de que Esus era considerado pelos romanos como "o terrível Esus", o deus dos trovões, do raio e da tempestade. Essas características pertenciam a Júpiter (ou Zeus, para os gregos) e não a Mercúrio, e o poeta romano Lucano identificou o deus celta Taranis com Júpiter, e não com Esus, este foi identificado como Mercúrio.

Esse Esus é tão insignificante que nem mesmo figura entre os grandes deuses. Na verdade há pouco registro na literatura da mitologia sobre o deus celta Esus. A maioria das listas que trazem os deuses Celtas nem sequer mencionam Esus, e não há qualquer evidência de que ele fosse amplamente conhecido no império Romano. Os deuses mais conhecidos eram os deuses da mitologia grega e romana, não os da mitologia celta.

Um ponto interessante a considerar é: por que o J de Jesus tem necessariamente que significar Júpiter? Por que não Juno, filha de Saturno e irmã de Júpiter? Por que o J não significaria Jacinto, um jovem de rara beleza que amou e foi amado por Apolo? Por que o J não é de Jumata, deus da mitologia Fino-Húngara, que era o Deus do Céu e do Trovão? Enfim, por que o J de Jesus é o mesmo J de Júpiter e não das outras dezenas ou centenas de personagens e deuses mitológicos que começam com a letra J?

Simplesmente porque Júpiter era o principal deus romano e Jerônimo pertencia á Igreja que ficava em Roma. Então a ligação entre Júpiter - Roma e Jerônimo é forçada ao máximo para parecer que Jerônimo usou o principal deus pagão dos romanos para mescla-lo com o J de Jesus e assim atrair a todos os seus adoradores à igreja romana.

Outra questão relevante: Por que dissociar a letra J da letra E? Ora, o certo seria dividir o nome em duas sílabas assim: JE-SUS. Mas não existem deuses com o nome JE e SUS sozinhos! Por que usar na composição do nome Jesus um deus praticamente desconhecido dos romanos (Esus?

Mais uma vez a ligação fica evidente já que precisaram encontrar um deus com um final que combinasse com o nome de Jesus. Então encontraram um desconhecido Esus, deus dos povos celtas.

Acontece, porém, que Jerônimo nunca poderia ter inventado essa monstruosidade pagã com o nome Jesus simplesmente porque a letra "J", como já vimos, foi inventada cerca de mil anos depois de Jerônimo! E também o tal Esus nem sequer era conhecido entre os romanos!


Como se fabrica uma heresia usando o mesmo método

A lista de deuses e personagens mitológicos é imensa. Dada qualquer sílaba, não é difícil encontrar personagens da mitologia cujo nome inicia com esta sílaba. Vamos citar alguns exemplos compondo alguns nomes próprios através da primeira sílaba do nome de alguns deuses e personagens mitológicos e veremos que qualquer um pode ser taxado de pagão. Veja alguns exemplos abaixo:

Mário = MAR (Marte, deus romano da Guerra) + IO (Io, Sacerdotisa de Juno)
Kelli = KEL (Kelpi, espírito dos Rios na mitologia escocesa) + LI (Licasto, cruel filho de Marte que vivia na Líbia)
Maria = MAR (Marduk, Deus supremo de Babilônia) + IA (Ia, uma das filhas de Atlas)
Luis = LU (Lúcifer, estrela matutina, filha de Júpiter) + IS (Ísis, deusa egípcia, esposa de Osiris)
Silvia = SIL (Silvano, filho de Saturno, Deus das Florestas) + VIA (Viales, divindade que presidia as estradas)
Nelson = NEL (Neleu, filho de Netuno) + SON (Sono, filho de Érebo que habita numa sombria caverna rodeado de Sonhos, que são divindades infernais com asas de morcego)
Ricardo = RI (Richs, na mitologia Hindu, é um dos seres de uma santidade perfeita que redigiram os Vedas, livros sagrados dos Hindus, sob a revelação divina de Brahma, deus criador dos Hindus) + CAR (Carvatis, sobrenome de Júpiter) + DO (Domitio, deus que os pagãos invocavam nos casamentos, para que a noiva fosse uma zelosa dona de casa)

Perceba que há inúmeras possibilidades de compor nomes próprios usando a primeira sílaba de deuses e personagens mitológicos. Mas quando tentamos encontrar uma combinação para o nome "Jesus", encontramos problemas na segunda sílaba "sus", pois não há nenhum deus ou personagem mitológico que comece com "sus". Portanto, para dar certo a combinação, dividiram de propósito as sílabas do nome Jesus da seguinte forma: J+esus. Claramente uma manobra premeditada para associar o nome de Jesus a divindades mitológicas (assim como fizemos nos exemplos acima).

Portanto, alegar que a intenção de Jerônimo ao denominar o Salvador de Iesus era compor o nome de Júpiter e Esus não possui qualquer fundamento histórico ou lógico.

Da mesma forma, dividir a palavra "IESUS" em duas partes e traduzir cada parte para o hebraico a fim de dar um significado novo à palavra é um artifício sem qualquer fundamento e não prova absolutamente nada. Uma palavra pode ter vários significados em um idioma. Manga, por exemplo, pode significar a fruta produzida pela mangueira e a parte da camisa que cobre os braços. Mas "manga" em outros idiomas tem, obviamente, outros significados. Em japonês, por exemplo, "manga" (pronuncia-se mangá) é revista em quadrinhos (o nosso gibi). Interpretar nomes ou pedaços de nomes em outros idiomas com o objetivo de conseguir atribuir novos significados para o nome original, não parece fazer qualquer sentido, a única coisa que se consegue são resultados absurdos. Poderíamos brincar com alguns nomes dividindo-os em duas partes e traduzindo cada parte para algum outro idioma. Por exemplo, vamos tomar o nome Nilson e dividi-lo e duas partes: Nil (significa "novo" em inglês - escreve-se new e pronuncia-se nil) + Son (significa "filho" em inglês). Nilson significaria, então, "novo filho" ou "o filho mais novo". Podemos dividir o nome Selma e traduzir cada parte para o inglês. Sel significa vender (escreve-se sell, pronuncia-se sel) e Ma é uma forma arcaica na língua inglesa de se referir à mãe. Teríamos, então, o estranho significado de "Mãe à Venda", por exemplo. Se fossemos levar a sério tal manipulação das palavras, jamais comeríamos maionese Hellmans pois Hell, em inglês, significa "Inferno" e Man significa "Homem". Então a palavra Hellmans poderia ser compreendida como "Homens do Inferno"!
O nome inglês Bob pode ter um significado terrível em hebraico se dividirmos arbitrariamente as sílabas (B+ôb).

B (Baal = deus pagão dos cananeus) + ob (ôb = espírito dos mortos). Se formos seguir o método usado pelos adeptos do Nome Yehoshuah então o significado do nome inglês Bob seria "Baal o espírito dos mortos".
Basta ter criatividade, tempo e conhecer alguma língua estrangeira para conseguir outros exemplos absurdos. A experiência nesta brincadeira mostra que quanto menor for o nome (de preferência de duas sílabas) mais fácil será encontrar um significado absurdo ou engraçado para ele através da divisão do nome e tradução de cada parte. Foi desta forma que tomaram o nome de Jesus em latim (IESUS), dividiram-no em duas partes (IE + SUS), e traduziram cada parte para um outro idioma, o hebraico, e a partir de então afirmaram que Jesus significa "Deus Cavalo". No mínimo, uma brincadeira blasfema de muito mau gosto.

Esse argumento é um insulto à inteligência humana, porque Iesus é nome grego e sus é hebraico. Se a palavra é grega, como podemos dar o seu significado em hebraico? O nome Iesus é a forma grega do nome hebraico Ieshua. "Cavalo", em grego, é HYPPOS, e não SUS.

É, portanto, impossível que o nome "Jesus" fosse o nome de um falso deus, como acredita o movimento que quer hebraizar o cristianismo. Se assim fosse, judeus jamais colocariam este nome em seus filhos. Este nome já existia há pelo menos 600 anos no meio judaico quando Jerônimo (347-420 A.D.) preparou sua tradução da Bíblia para o latim, conhecida como a Vulgata.

Obs: Apesar de não invocarmos o nome original do Messias, nós cristãos, temos a certeza de não estar invocando um deus falso, mas o verdadeiro Filho de Deus. Quando nos referimos a Jesus nem de longe nos lembramos de Zeus, Júpiter ou Esus, mas do Messias de Israel. Por exemplo, meu filho de três anos não costuma chamar seu irmão pelo nome correto "Cristiano" (apesar de saber falar corretamente o nome dele). Desde cedo ele costumou chamar o irmão de Yana.

Yana para quem não sabe é o nome de uma deusa pagã, era uma forma arcaica do nome da deusa "Diana". Quando então o irmão mais novo chama o outro por esse nome ele está se referindo a seu irmão e não a deusa Diana. A mesma coisa aconteceria se porventura o nome Jesus estivesse alguma ligação com um deus pagão, mas não há.

O nome Jesus etimologicamente deriva do nome Zeus.

Esta é outra mentira promulgada pelos adeptos deste movimento.
Alegam ainda que antigamente o nome não era Jesus Cristo e sim ZESVS CRISTVS, tendo ligação com Zeus, ou Júpiter para os romanos.

É lamentável ver pessoas sendo cativas por teorias que nem ao menos consegue se sustentar. Geralmente tais pessoas não são encorajadas a fazer pesquisas independentes para verificar se isto é verdade ou não. Ao contrário, estes líderes apresentam estas aberrações doutrinárias como "A VERDADE" absoluta. Assim, o adepto se sente seguro dentro de seu mundo alienista. Ele não aceitará nenhuma informação adicional que contrarie a tese de sua seita, pois é ensinado que os pastores e teólogos cristãos estão corrompidos, para usar um velho e costumeiro jargão, "fazem parte da Babilônia". O caso é que o nome Jesus não tem nada a ver com tais deuses pagãos. Isso é acusação gratuita.

O Nome Jesus Cristo nunca teve ligação com Zeus simplesmente porque o J latino ou o I grego nunca correspondeu à letra Z. Mesmo em latim Zeus seria escrito assim Zevs e Jesus Jesvs.

texto extraído do site: http://cacp.org.br/movimentos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=826&menu=12&submenu=6

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Utopia do Marginal


Utopia do Marginal

NO dia-a-dia percebo (a partir do meu olhar) uma sociedade que busca a “promoção da liberdade”. Liberdade de expressão, liberdade sexual, liberdade religiosa, liberalismo na verdade.
Aos poucos, nos tornamos uma sociedade fragmentada, dividida, individualizada e, aquilo que seria o “grito do povo”, transforma-se no grito “de um” povo. O grito dos evangélicos, o grito dos LGBTT’S, o grito dos negros, o grito dos ruralistas e, logo, nossa sociedade está virando uma “gritaria”. A cada conquista de determinados grupo, achamos os modernos: - Isso é liberdade! Aquilo que era para ser uma espécie de utopia do humano, tornou-se, uma reivindicação do segmento, luta apenas pelas próprias causas, pelo próprio umbigo.
O homem urbano, agora, globalizado, “tecnologizado”, isola-se em seu micro-mundo atrás de seu ‘Ipad’, dentro do seu quarto, na sensação de ser livre. Que liberdade é essa, onde perderam-se os abraços? Onde estão as brincadeiras de ciranda? E a família, que importância tem ela para a sociedade? Ah, pára, família, que isso? Os encontros nos parques, nas ruas, nas rodas de serestas, cederam seu lugar para as redes sociais: twitter, facebook, quepasa, e por ai vai. Parece até um trocadilho, na ilusão de ser quem você realmente não é, no mundo virtual, nós perdemos a nossa identidade do eu, e nos prendemos, nos aprisionamos nas “redes”. Todas as vezes que o homem busca identidade no seu exterior ele torna-se uma aberração.
Liberdade. Nossa caminhada, rumo a libertação dos padrões de consumo e produto dessa sociedade, começa no reencontro conosco mesmo, que necessariamente, passa pelo encontro com a vida, com o belo. Ser livre é poder ser eu mesmo, respeitando o outro. Quero voltar a sorrir com o rico, mesmo sendo pobre; amar o ‘magro’ e me divertir com ele, mesmo sendo ‘gordo’; dançar com os de outras raças, tendo em meu peito a certeza de que, antes de sermos diferentes, somos iguais. Somos gente. Somos humano. Somos povo.


Por Luiz Eduardo Caraline

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Por uma identidade. Evangélicos ou Evangelicos?¹

Quando li este título pensei: - que será isso meu Jesus? Esse é o título do cap.1, de “Cosmovisão Cristã e Transformação”, da Ultimato² (último livro que estou lendo). O texto que citarei, me fez refletir profundamente em meu cristianismo: “Nós, cristãos da igreja brasileira, somos, evangélicos ou evangelicos? Todos nos identificamos como evangélicos – com acento. Sem o acento, teríamos o mesmo adjetivo em forma diminutiva, com o sufixo – iço indicando, não uma derivação, mas uma diminuição.”

No conhecido Sermão do Monte, de Mateus, Jesus reconstrói totalmente a lógica dos escribas e fariseus. Especialmente, gostaria de fazer a leitura com você, do texto de Lc. 6:24-31: “Mas ai de vós, ricos! Porque já tendes a vossa consolação. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis. Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas. Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam; Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses; E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir. E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também.”

Ao olhar para esse texto, fico com a impressão que, a essência do ser, no seio de nossas igrejas, tem deixado o lugar para o fazer, e, principalmente, para o receber. Os discursos hoje, na maioria dos púlpitos, são voltados para o prazer do humano, para a realização dos nossos sonhos, para a satisfação pessoal, para os meus sentimentos, para o nosso “sucesso”, fazendo com que, de maneira geral, nossa teologia seja hedonista. Perdemos a confissão, a reverência, o temor e acabamos por diminuir, o nosso relacionamento com Deus, fazendo D’ele uma das nossas prioridades. Isso é, provavelmente ser evangel-ico. Viver a fé, tendo Deus como meio pelo qual alcancemos algo. Ser evangel-ico, é viver um evangelho interesseiro, incompleto, imaturo, egoísta. É buscar “todas as coisas”, antes do reino de Deus. O texto me incomoda, a pensar, que nos encaixamos muito mais, nos “ais” de Jesus, do que nos “porém vos digo”. Também né, este texto é muito duro, pesado, radical. Hermenêuticamente falando, não vejo muita saída para nós. Não estamos cada vez mais ricos (financeiramente)? Não estamos cada vez mais fartos? Não estamos rindo? Não estão todos falando bem e admirando os “evangel-icos”? Não estamos vencendo as pessoas que são nossas inimigas? Não estamos detonando os que nos maldizem? E por ai o texto vai. Diante disso, pergunto: Você tem sido evangélico ou evangel-ico? O evangelho vê o homem integralmente. O evangelho ama, antes de ser amado. Se doa. Se humilha. Perdoa. Arrepende-se. Partilha. Sofre. Chora. Salva. Liberta e não aprisiona.

Que o Senhor, abra os nossos olhos, para não diminuirmos a sua proposta, de um jeito verdadeiro de ser gente para nós e vivermos em harmonia com Ele e sua criação. Que voltemos se preciso ao saleiro, para sairmos salgando, pois se nos tornarmos insípidos (evangel-icos) seremos lançado fora e pisados. Tenha misericórdia de nós Senhor.


Notas:

¹ Cosmovisão e Transformação. Org: LEITE, Cláudio A. C., CARVALHO, Guilherme V. R., CUNHA, Marucio J. S. – Cap. 1.

² Ibidem.