sexta-feira, 17 de junho de 2011

Utopia do Marginal


Utopia do Marginal

NO dia-a-dia percebo (a partir do meu olhar) uma sociedade que busca a “promoção da liberdade”. Liberdade de expressão, liberdade sexual, liberdade religiosa, liberalismo na verdade.
Aos poucos, nos tornamos uma sociedade fragmentada, dividida, individualizada e, aquilo que seria o “grito do povo”, transforma-se no grito “de um” povo. O grito dos evangélicos, o grito dos LGBTT’S, o grito dos negros, o grito dos ruralistas e, logo, nossa sociedade está virando uma “gritaria”. A cada conquista de determinados grupo, achamos os modernos: - Isso é liberdade! Aquilo que era para ser uma espécie de utopia do humano, tornou-se, uma reivindicação do segmento, luta apenas pelas próprias causas, pelo próprio umbigo.
O homem urbano, agora, globalizado, “tecnologizado”, isola-se em seu micro-mundo atrás de seu ‘Ipad’, dentro do seu quarto, na sensação de ser livre. Que liberdade é essa, onde perderam-se os abraços? Onde estão as brincadeiras de ciranda? E a família, que importância tem ela para a sociedade? Ah, pára, família, que isso? Os encontros nos parques, nas ruas, nas rodas de serestas, cederam seu lugar para as redes sociais: twitter, facebook, quepasa, e por ai vai. Parece até um trocadilho, na ilusão de ser quem você realmente não é, no mundo virtual, nós perdemos a nossa identidade do eu, e nos prendemos, nos aprisionamos nas “redes”. Todas as vezes que o homem busca identidade no seu exterior ele torna-se uma aberração.
Liberdade. Nossa caminhada, rumo a libertação dos padrões de consumo e produto dessa sociedade, começa no reencontro conosco mesmo, que necessariamente, passa pelo encontro com a vida, com o belo. Ser livre é poder ser eu mesmo, respeitando o outro. Quero voltar a sorrir com o rico, mesmo sendo pobre; amar o ‘magro’ e me divertir com ele, mesmo sendo ‘gordo’; dançar com os de outras raças, tendo em meu peito a certeza de que, antes de sermos diferentes, somos iguais. Somos gente. Somos humano. Somos povo.


Por Luiz Eduardo Caraline

2 comentários:

  1. A sociedade se fragmentou. Hoje nao temos uma, temos varias.
    Ta parecendo a torre de babel. Cada um com sua lingua.

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  2. Reforço o texto com uma autocrítica, onde o próprio Cristo nos convida a sermos um, como um corpo, e vejo como nós, os cristãos estamos hoje divididos em preceitos individuais para afirmar a fé, causando então facções tão comuns no nosso meio. E vejo claramente que se continuar assim veremos a igreja do um só.

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